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domingo, 31 de julho de 2011

Aumento dos Transportes Públicos é um Roubo!

No dia 1 de Agosto os transportes públicos aumentam de forma escandalosa. No distrito de Lisboa, o aumento chega a ultrapassar os 25%, sobretudo nos percursos para as periferias.

No Metro de Lisboa, o passe urbano sobe de 19,55 euros para 23,90 euros, um aumento de 20%. O passe de rede passa para 32 euros, subindo 11%.

Na Carris, o passe urbano aumenta 15,1% de 23,90 para 27,50 euros.

Nos comboios da CP da linha de Sintra, os passes para a zona 1 sobem de 22,75 para 28,50 euros, um aumento de 25,3%. Para a zona 2 da mesma linha, o preço do passe sobe de 30,95 euros para 37,40 euros (mais 20,84%).

Na Soflusa, o passe do barco entre Lisboa e Barreiro sobe 16,2% de 28,10 para 32,65 euros. Na Transtejo, o passe entre Cacilhas e Lisboa sobe 15%, de 16,35 para 18,80 euros.

No Porto, o passe mensal do Andante, que integra o Metro do Porto, STCP e CP, aumenta em média 15,3 por cento em Z2, Z3 e Z4, as zonas mais vendidas.

Nos transportes colectivos rodoviários interurbanos de passageiros até 50 quilómetros, o aumento médio dos preços dos títulos de transporte decidido pelo Governo é de 2,7%.
Os aumentos e a anunciada “revisão da noção de serviço público” são uma escolha política, pois estavam previstos no acordo da Troika que, depois de uma negociação fingida, PSD/CDS/PS assinaram.  

Os transportes públicos são um serviço público fundamental para garantir o direito à mobilidade das pessoas, bem como uma política de desenvolvimento sustentado e de coesão territorial.
Este é o primeiro passo para a privatização da CP, Metro e Carris, e abre a porta a
  • Mais aumentos
  • Destruição do Passe Social
  • Redução da oferta e limitação do direito à mobilidade
  • Incentivo do transporte individual, com aumento da poluição, consumo energético e endividamento externo 
O Bloco de Esquerda condena os aumentos, considerando que agravam ainda mais as condições de vida das pessoas com menos recursos, os mais penalizados com o acordo da troika e com o aprofundamento das políticas do governo de direita.

Enquanto aumenta os transportes, o governo prepara medidas extraordinárias para recapitalizar os bancos e para pagar 700 milhões de derrapagem nos contratos das Parcerias Público Privado rodoviárias no ano de 2011.  

A crise continua pois a servir  para legitimar as privatizações, através do ataque sistematizado aos serviços públicos, direitos e rendimentos de quem trabalha, enquanto a banca, as grandes fortunas ou os negócios lucrativos continuam a ser beneficiados.

Publicado no Jornal Badaladas (Agosto 2011)

Esta política não é inevitável, é errada e injusta.


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Novos Estatutos do Bloco de Esquerda

Aceda aqui aos novos Estatutos do Bloco de Esquerda, versão actualizada incluindo alterações aprovadas na VII Convenção Nacional de 7 e 8 de Maio 2011.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

As prioridades do Bloco de Esquerda - uma resposta a Paula Silva

No passado dia 7 de Julho o Badaladas publicou um artigo de opinião da leitora Paula Silva (ver abaixo) que se pressupõe ser uma resposta a outro texto da responsabilidade do Bloco de Esquerda de Torres Vedras (BETV) publicado neste mesmo jornal no dia 24 de Junho. O referido texto de Paula Silva só pode ser entendido com um ataque desonesto e sem fundamento ao Bloco de Esquerda e, perante isto, entendemos que é nosso dever prestar aos leitores um esclarecimento sobre as acusações que nos foram dirigidas.

No seu texto, Paula Silva começa por defender e elogiar o trabalho da Associação de Pais do Externato de Penafirme, mas esta entidade nem sequer é mencionada no artigo do BETV, artigo este que, em suma, lamentava o uso no bom nome do “Externato de Penafirme” em acções que «sendo perigosas, deveriam ter sido mais ponderadas e algumas evitadas» como referiu o director-pedagógico padre Alfredo Cerca (Badaladas, 17 Junho).

Repetindo o que já escrevemos anteriormente, a posição do BE é muito clara e dá prioridade à escola pública, contudo, nas zonas onde não existe oferta pública o BE não é contra o financiamento público de escolas particulares ou cooperativas. Isto significa muito claramente que damos prioridade à expansão da rede pública de modo a promover o acesso a um ensino público não confessional como exige a nossa Constituição da República e a Lei de Bases do Sistema Educativo. Isto significa também que a preocupação fundamental com o ensino público é formar bons cidadãos, e não bons católicos. Por isso mesmo privilegiaremos sempre um ensino público laico e republicano, não nos cabendo a nós a tarefa de defender projectos educativos cristãos, hindus, budistas ou outros de qualquer cariz religioso. Nota: não se interprete abusivamente como sendo o BE contra a religião católica, porque isso seria um absurdo. Pois como se sabe na esquerda política existem inclusive muitos praticantes católicos, como foi o caso da Primeira-ministra Maria de Lourdes Pintassilgo, exemplo inexcedível de intervenção cívica e apoiante do Bloco de Esquerda desde os primeiros tempos.

Entendemos que texto de Paula Silva assenta numa lógica errónea, vaga e desonesta. Refere que o Bloco de Esquerda foi convidado pela Associação de Pais do Externato para participar numa vigília de apoio e que nunca devolveu qualquer resposta a este convite. A certeza porém é que o BETV não foi convidado nem informado acerca esta iniciativa. Contudo, esta falta de comunicação é no mínimo estranha, pois foi por intermédio do BETV que um grupo de professores do Externato foi recebido pela nossa deputada Ana Drago na Assembleia da República em Janeiro de 2011. Portanto, não se pode dizer que que o BE ignora e não responde aos apelos de uma «comunidade em aflição», nem sequer que pomos em causa o ensino público praticado no Externato de Penafirme. Obviamente que não questionamos a qualidade do ensino no que respeita aos seus aspectos curriculares e programáticos visados pelo Ministério da Educação, que reconhecemos como sendo de qualidade, e porque sabemos apreciar as capacidades e as competências dos docentes da instituição.

Paula Silva refere também que, em nome individual, contactou ela própria o Bloco de Esquerda, através do ex-deputado José Soeiro, para participar numa mentira por ela inventada, um debate sobre a legalização das drogas leves. Um “teste” deste género poderia ser considerado por nós um acto desonesto, mas no fundo revela apenas que esta leitora desconhece, ou pretende desconhecer, a ética e o rigor que pauta o trabalho dos deputados do Bloco de Esquerda.

A leitora Paula Silva é livre de dar a sua opinião sobre qualquer partido político, mas não pode dirigir ataques sem fundamento a um partido cujo programa político e cujas posições sobre determinadas temáticas, obviamente, desconhece. O Bloco sofreu uma dura derrota nas eleições legislativas, mas não deixará de lutar por políticas mais justas que sirvam todos os cidadãos, sem favorecimentos especiais nem clientelismos. É também isso que, localmente, o Bloco de Esquerda de Torres Vedras vai continuar a fazer, defender o ensino e a escola pública; lutar contra as privatizações que o actual governo pretende impor; defender os trabalhadores contra mais medidas de austeridade; lutar contra a precariedade generalizada, etc, etc, etc. Para mais informação queira por favor consultar www.esquerda.net.