No dia 2 de Junho de 2010 o Bloco de Esquerda de Torres Vedras marcou mais uma vez a agenda política da cidade com uma sessão pública sobre “Cultura e Democracia”. Na sede da Cooperativa de Comunicação e Cultura de Torres Vedras, depois de uma breve contextualização da realidade local por Rui Matoso, as mais de 30 pessoas presentes puderam ouvir de viva voz os argumentos do Bloco de Esquerda contra a indefinição e o desnorte das actuais políticas culturais do governo.
Os presentes ficaram a conhecer algumas das propostas que o Bloco tem vindo a apresentar para a definição de uma política cultural mais democrática, mais justa e mais acessível; uma política cultural que contrarie a hegemonia daquela que é, cada vez mais, uma cultura mercantilizada que promove o estereotipo e continua a alimentar um muro invisível entre padrões de cultura popular e padrões de cultura erudita.
O Bloco defende que as políticas culturais devem assentar em princípios de diversidade, por ser na diversidade que encontramos um capital cultural que é realmente de todos os cidadãos. E porque a cultura não é coisa que apenas se receba de uns, é coisa que também se dá a outros, o Bloco defende ainda a promoção da agencialidade e da autonomia de cada cidadão como promotor de cultura.
A cultura, disse Catarina Martins nesta sessão, não pode ser a “sala de visitas do poder do momento”. A definição de políticas culturais públicas é uma obrigação do estado e deve ser assumida de forma séria e responsável, com co-financiamentos dignos que não se escondam atrás da crise. Investir na cultura é investir nas pessoas, é dar-lhes ferramentas para interpretar as suas realidades e as dos outros, é devolver às pessoas a capacidade de agir e a possibilidade de crescer como pessoas e como cidadãos.
A intervenção da deputada Catarina Martins suscitou um frutífero debate em torno de políticas culturais centrais e locais. Longe de estarem adormecidos para este assunto, os cidadãos presentes mostraram-se interessados em discutir a forma como os seus representantes políticos distribuem as verbas alocadas à cultura, com que critérios o fazem e de que maneira essa distribuição satisfaz ou não as necessidades culturais de cada um de forma justa, democrática e diversificada, proporcionado a todos de forma igual o acesso à cultura que é de todos e não apenas de alguns.
Quanto ao Projecto Lei do BE para a criação de uma Rede Nacional de Teatros, o documento está disponível aqui: http://www.esquerda.net/artigo/projecto-lei-cria-rede-nacional-de-teatros.
ResponderEliminar* Obrigado Isabel pela síntese noticiosa !!! :)